sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quem não chora não mama.

Algum tempo atrás rabisquei alguns pensamentos que atormentavam meus dias. Nestes rascunhos tentei expressar um pouco que penso sobre do que se trata a universidade federal e como as pessoas que usufruem desta instituição vêem a mesma. Estes pensamentos que sempre sondaram e assolaram minha mente só criaram consistência após algumas discussões a respeito do tema. Minha visão do assunto chamou a atenção de algumas pessoas, ao ponto de ser chamado para publicar a mesma. Ao ser chamado para publicar a mesma em uma revista política de autogestão, o cidadão de livros na mão me diz: tente elaborar mai um pouco sobre o assunto, expressar mais suas idéias.
Então me pego pensando em como posso melhor expressar algo que não funciona como deveria, algo que é um retrato da sociedade. Mas ao analisar com calma a situação fico horrorizado. A verdade grita e agoniza em nossa cara. Mais que verdade? Amigos não me refiro a verdade vendida em comerciais da globo ou de qual quer outro veiculo de comunicação de massa, que visa nada mais que corroborar com o capitalismo cegando as pessoas através de exploração da realidade parcial da sociedade. A verdade que me refiro também não é a verdade do cidadão criado com ovomaltine e pêra, que tem uma ótima visão por cima de tudo que acontece e utiliza a falsa moral criada para proporcionar uma ótima noite de sono a nossos queridos e ilustres senhores donos do poder.
Mas antes de prosseguir devemos nos perguntar quem são os senhores donos do poder. Posso afirmar de forma categórica que não são somente os senhores feudais que vivem em condomínios horizontais fechados, não são os deuses que vivem em coberturas atirando nos simples mortais raios de ira, não são excelentíssimos burocratas que se escondem atrás de uma mesa e nos assolam com suas canetas maléficas, não são os magníficos generais que pagamos para que vivam protegidos, não são os mega empresários que comandam suas massas empresariais e pagam nosso amado salário e também não é o vizinho que não vai a missa no domingo. Os donos do poder somos nós senhores de nossas vidas. Veja bem, NOSSAS vidas, de tal forma que sou o dono da minha e foda-se a do meu semelhante. Isto define basicamente quem somos e o mais importante como somos (pensei muito em usar SOMOS afinal não somamos nada).
Voltando a questão primordial de qual verdade falo? Essa é fácil de responder, a verdade do companheiro que trabalha utilizando o seu suor como ferramenta principal e tem um mês que não cabe no salário. A verdade das crianças que tem como brinquedo a sobrevivência. A verdade do adolescente que tem como formação a desinformação. A verdade dos senhores que de aposentadoria se aposentam da vida. Essa verdade é dura (mas não doce como rapadura, no máximo salgado como o preço da carne que não cabe na mesa, digo bolso). A verdade nos pede a cada momento que olhemos para ela, não com olhos preguiçosos e medrosos. Devemos sair de nossas posições acomodadas e notar que as pessoas estão em sua maioria necessitando de ajuda.
Quando vislumbramos isso notamos claramente que algo errado acontece. Não precisamos ser especialistas em analise da sociedade ou leitores bobásticos de Marx e Hegel para ver que a sociedade não é justa, nunca foi e não será se não fizermos algo. Deus não irá descer de sua nuvem para acabar com os cavaleiros do apocalipse que destroem milhões de lares todos os dias utilizando a ganância humana desenfreada, e se escondendo na falsa esperança de que se você trabalhar um dia poderá ser o cara da propaganda de perfume importado. Da mesma forma que o Excelentíssimo senhor Tiririca não fará nada para acabar com a piada que é a divisão econômica em nossa saudosa pátria amada Brasil. Nem mesmo o baú do Silvio Santos poderá distribuir nossas necessidades na roda da furtuna, digo vida. Em tão quem poderá nos ajudar? Também não é o chapolim colorado, SOMOS nos mesmos (agora sim tem que ser uma soma).
Amigos temos que nos revoltar pensar amar chorar gritar (e as vezes rimar) em todos os lugares seja no emprego, na universidade, em nossa vida pessoal, nos relacionamentos ou na fila do pão. Você já faz isso no estádio vendo seu time de futebol. Afinal no pais do futebol quem não chora não mama.

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