domingo, 8 de janeiro de 2012

Já dizia Drummond

Há pouco ensino no país,
é priciso entregá-lo cedo.
Há muita ignorancia no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ignorante se mata com tiro.
Então o moço professor
de madrugada com seu giz
sai correndo e distribuindo
ensino bom para gente ruim.
Seu giz, seu apagador
e seus oculos de arame
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o saber mais puro
e mais inocente do melhor livro
para todos criarem educação
na luta brava da cidade.

Na mão o giz que é branco
Não tem tempo de dizer
As coidas que lhe atribuo
nem o moço professor,
morados na Rua campus,
empregado no entre livros,
com 21 anos de idade,
sabe lá oo que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando á beira do quadro
uma apenas mercadoria.

E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco ensino
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos a metáfora...
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.

Meu professor tão sutil
de caligrafia leve,
antes desliza que escreve,
É certo que algum rumor
sempre se faz: conta errada,
falta de tempo no caminho,
televisão latindo por princípio,
ou um colega quizilento.
E há sempre um senhor que reclama,
Resmunga e torna a partir.

Mas este reclamou em pânico
( Isto infesta meu filho)
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para a mão.
Ignorancia? se pega com tiro.
Os tiros no entardercer
liquidaram meu professor.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o dia
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gaturno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A tarde geral prossegue,
a noite custa a chegar,
mas o professor
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.

Do giz estilhaçado,
no chão já sereno
rabiscou uma coisa espessa
que é ensino, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da aula,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos de crepúsculo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Relassinão

Hora de não mais cantar o mar
Hora de não mais clamar o par
Hora de não mais gritar e rimar.

"Quando o poder do amor for maior que
o amor pelo poder, encontraremos a paz."

Verso singular ao ponto de deixar meu
coração clamar por algo que sempre foi seu
embora palpitar aceleradamente só decresceu
a unica paz de seu lutar.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Penso logo amo, canto, clamo e me espanto.

Penso em sair, lutar, estudar,
render algo que é singular,
patinar, escrever e apagar.
Penso em não desistir
de algo que faz sorrir
sendo até que o mundo
me sobrecarrega com tudo.
E mesmo em um segundo
tudo aquilo que prego
se desfaz em um medo
de ser cantado e encantado
em um prsente epopéia de grego.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A cada Manhaã

Lutar para vencer.
Lutar para crescer.
Lutar e não esquecer.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Descobri o que sou
entre pulos e quedas,
entre vitorias cegas,
entre portas
será ,abertas?
Trampulim da vida,
tapete de aladim,
cheiro do alecrim,
beijão e bejim,
mastudoaindaestarporvim.
Gostaria de sair
gostaria de cair,
so sei levantar,
so sei divagar,
Pois é divagan\DOR que se vai longe
Pois é lavantando que se sabe onde
Entre mundos
Entre bumbos
entre homens
entre escolhas
escolho ocê

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quem não chora não mama.

Algum tempo atrás rabisquei alguns pensamentos que atormentavam meus dias. Nestes rascunhos tentei expressar um pouco que penso sobre do que se trata a universidade federal e como as pessoas que usufruem desta instituição vêem a mesma. Estes pensamentos que sempre sondaram e assolaram minha mente só criaram consistência após algumas discussões a respeito do tema. Minha visão do assunto chamou a atenção de algumas pessoas, ao ponto de ser chamado para publicar a mesma. Ao ser chamado para publicar a mesma em uma revista política de autogestão, o cidadão de livros na mão me diz: tente elaborar mai um pouco sobre o assunto, expressar mais suas idéias.
Então me pego pensando em como posso melhor expressar algo que não funciona como deveria, algo que é um retrato da sociedade. Mas ao analisar com calma a situação fico horrorizado. A verdade grita e agoniza em nossa cara. Mais que verdade? Amigos não me refiro a verdade vendida em comerciais da globo ou de qual quer outro veiculo de comunicação de massa, que visa nada mais que corroborar com o capitalismo cegando as pessoas através de exploração da realidade parcial da sociedade. A verdade que me refiro também não é a verdade do cidadão criado com ovomaltine e pêra, que tem uma ótima visão por cima de tudo que acontece e utiliza a falsa moral criada para proporcionar uma ótima noite de sono a nossos queridos e ilustres senhores donos do poder.
Mas antes de prosseguir devemos nos perguntar quem são os senhores donos do poder. Posso afirmar de forma categórica que não são somente os senhores feudais que vivem em condomínios horizontais fechados, não são os deuses que vivem em coberturas atirando nos simples mortais raios de ira, não são excelentíssimos burocratas que se escondem atrás de uma mesa e nos assolam com suas canetas maléficas, não são os magníficos generais que pagamos para que vivam protegidos, não são os mega empresários que comandam suas massas empresariais e pagam nosso amado salário e também não é o vizinho que não vai a missa no domingo. Os donos do poder somos nós senhores de nossas vidas. Veja bem, NOSSAS vidas, de tal forma que sou o dono da minha e foda-se a do meu semelhante. Isto define basicamente quem somos e o mais importante como somos (pensei muito em usar SOMOS afinal não somamos nada).
Voltando a questão primordial de qual verdade falo? Essa é fácil de responder, a verdade do companheiro que trabalha utilizando o seu suor como ferramenta principal e tem um mês que não cabe no salário. A verdade das crianças que tem como brinquedo a sobrevivência. A verdade do adolescente que tem como formação a desinformação. A verdade dos senhores que de aposentadoria se aposentam da vida. Essa verdade é dura (mas não doce como rapadura, no máximo salgado como o preço da carne que não cabe na mesa, digo bolso). A verdade nos pede a cada momento que olhemos para ela, não com olhos preguiçosos e medrosos. Devemos sair de nossas posições acomodadas e notar que as pessoas estão em sua maioria necessitando de ajuda.
Quando vislumbramos isso notamos claramente que algo errado acontece. Não precisamos ser especialistas em analise da sociedade ou leitores bobásticos de Marx e Hegel para ver que a sociedade não é justa, nunca foi e não será se não fizermos algo. Deus não irá descer de sua nuvem para acabar com os cavaleiros do apocalipse que destroem milhões de lares todos os dias utilizando a ganância humana desenfreada, e se escondendo na falsa esperança de que se você trabalhar um dia poderá ser o cara da propaganda de perfume importado. Da mesma forma que o Excelentíssimo senhor Tiririca não fará nada para acabar com a piada que é a divisão econômica em nossa saudosa pátria amada Brasil. Nem mesmo o baú do Silvio Santos poderá distribuir nossas necessidades na roda da furtuna, digo vida. Em tão quem poderá nos ajudar? Também não é o chapolim colorado, SOMOS nos mesmos (agora sim tem que ser uma soma).
Amigos temos que nos revoltar pensar amar chorar gritar (e as vezes rimar) em todos os lugares seja no emprego, na universidade, em nossa vida pessoal, nos relacionamentos ou na fila do pão. Você já faz isso no estádio vendo seu time de futebol. Afinal no pais do futebol quem não chora não mama.